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Música

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Sarabanda

Quatro anos depois de Pós Você e Eu (Circus, 2016), Sarabanda consagra a parceria de pai e filha.

Aqui estão novas versões para canções de Schubert e Schumann (com seus poetas), letras inéditas para uma “Sarabanda” de Bach, que dá nome ao disco, e também para dois estudos para violão de Fernando Sor (séc. 19), além de quatro canções novas – letra e música de Arthur –, uma de Zé Miguel Wisnik, “Mais simples” e parcerias de Vinicius de Moraes com Tom Jobim (“Janelas abertas”) e Francis Hime (“Anoiteceu”).

Um dos destaques do disco é “Cisne”, composto por Camille Saint-Saëns em 1886 como um dos movimentos da suíte O Carnaval dos Animais, e “clássico dos clássicos” do repertório para violoncelo, que agora transformada em canção, ganha letra em português. Arthur Nestrovski transporta a música do mestre romântico francês para o universo da canção brasileira.

A inédita parceria, assim como todo o álbum, tem em Lívia a predestinada intérprete, transitando com natural virtuosismo pelos dois mundos. O “Cisne” de Saint-Saëns se transforma, a seu modo, numa garota de Ipanema (“olha que coisa mais irreal/ quando ela passa o chão parece mar”). O mesmo mito da mulher que passa, que Vinicius de Moraes, de sua parte, reanimava a partir de fontes da poesia latina clássica, ganha mais uma vida nessa “coisa mais linda”, que “transcende toda beleza”.

Vale o mesmo para todo o repertório do disco. Outros momentos de clássico e popular se cruzam sem cerimônia, na melhor tradição da “gaia ciência” da canção popular brasileira.

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